Este é o meu primeiro dia útil como desempregada. No último ano eu fiquei navegando entre o limbo de esperar uma empresa que teve 4 layoffs em 6 meses decidir me mandar embora ou fazer isso eu mesma.
Parece uma decisão fácil, afinal, ninguém quer ser mandado embora. Mas eu já tinha pensado muito nisso de finalmente, seguir caminho sozinha.
Quando eu entrei na faculdade de letras, não foi por amor. Não foi porque queria me tornar professora. Não foi por causa da Sandy. Eu decidi fazer letras porque eu sempre gostei de escrever e eu queria ser atriz e todo mundo diz que atrizes precisam de plano b.
Mas já que eu estava lá e precisava de dinheiro, acabei caindo em uma sala de aula. E eu gostei bastante. O pacote de benefícios era bom: eu me divertia trabalhando, precisava ficar na escola só meio período, tinha 2 férias no ano e ganhava muitos presentes nas datas comemorativas.
Lógico que ninguém me contou sobre o burnout que eu teria no meu oitavo ano lecionando. Mas vamo combinar que burnout não é privilégio de professora, né? Hoje todas as profissões burnoutam e até quem não tá empregado corre o risco de burnoutar.
Então voltamos ao desemprego.
Na pandemia eu decidi ser corporativa. Entrar em uma empresa de 9h por dia com VR e Plano de Saúde. Trabalhar home office (o completo oposto de quem entrava em 7 salas com 30 alunos todos os dias).
Foi legal a experiência, mas vocês lembram como eu vim parar aqui?
Isso mesmo, este é meu plano B.
Só que pra manter o plano A vivo eu precisava usar das minhas horas de exaustão depois das 17h. É completamente inviável transformar seu plano B em um compromisso de 9h por dia.
Por isso eu to desempregada.
Eu nunca pensei que alguém ESCOLHERIA viver de freelas. Não parece uma ideia muito inteligente quando do outro lado a gente tem a CLT e os benefícios. É dia 02 de janeiro e eu já to com saudade do VR.
Mas fazer o que se me pareceu uma boa ideia? Foi mal, Getúlio.
Em alguma edição anterior dessa newsletter eu disse que quando eu parava de escrever era bom sinal.
Quando eu escrevo demais ou eu to triste ou to desempregada.
Como eu ainda to feliz, vocês já sabem porque eu voltei tão cedo.
Feliz 2024.
E jajá eu tô por aqui de novo.
Não é como se eu tivesse ocupada esse ano.
Feliz Ano Novo, Carolinda!
Getúlio que me perdoe, mas eu acho que foi sim uma decisão certa! Como diz o Emicida, você é a única representante do seu sonho na face da Terra, faça o que precisa para lutar por ele!
E eu vou estar aqui, torcendo por você!
Te amo!
esse ano é foco no plano A! você merece essa liberdade e tudo o que vai vir com essa escolha. e nós, seus leitores, merecemos uma Carol com mais tempo pra escrever aqui pra gente! Já amo essa versão desempregadahhhh