Tem coisa que eu devia guardar pra mim #2
Ninguém gosta mesmo de ervilha
Eu particularmente não tenho nada contra ervilha. Muito pelo contrário, inclusive. Nasci aquela criança fresca que não gosta de nenhum vegetal, fruta e nada saudável, mas em algum momento da minha vida (talvez por mérito da minha mãe, talvez por milagre) eu comecei a gostar de praticamente tudo. Existe um problema seríssimo que eu enfrento quando encontro um pedaço de cebola nas coisas, mas é absolutamente o meu único ponto fraco.
O meu namorado não gosta de azeitona e eu acho maravilhoso porque sobra mais, mas esses dias eu me dei conta de que ervilha é um negócio que a gente come só porque ta alí e nunca, em toda a minha vida, vi alguém optar pela ervilha.
É normal ver alguém escolher uma torta porque tem brócolis, preferir a empada de palmito e ser fã do milho. Inclusive o fandom do milho é o meu preferido depois do da batata. Eu escolheria uma comida exclusivamente por ter milho, mas a ervilha nunca seria a minha primeira opção.
E eu acho triste pra caralho ser uma ervilha. Veja bem, eu não curto cebola, mas pessoas que são a favor dela DEFENDEM com unhas e dentes. Tem um episódio de um reality chamado Bellow Deck (pelo qual sou completamente viciada) que o chefe quase é demitido quando ele se recusa a fazer a comida sem a cebola, porque diz que ficaria sem gosto. Mas eu duvido que alguém arriscaria próprio emprego pra defender uma ervilha.
A ervilha é o símbolo da insignificância. Mesmo que você seja fluente em inglês, aposto que nesse momento você se esqueceu como se fala ervilha. Ninguém se esforça pra escolher a bichinha, mas se ela não ta lá ninguém sente falta. É como se tirar a ervilha do pedaço de torta fosse trabalho demais pro que ela significa. Ela não incomoda, não desagrada, não agrada e não agrega.
E eu fico oscilando entre o pavor de ser uma ervilha para o mundo e a vontade avassaladora de estar nessa posição insignificante pelo menos uma vez na vida. Pros problemas me esquecerem, pra pressão amenizar, pra não ter medo de falhar.
Porque quando se é uma ervilha não tem erro. Nem acerto.
Nem sempre eu tenho muito o que dizer.
Especialmente hoje que é véspera de feriado, 18 horas e ninguém vai abrir o e-mail até quarta-feira. Então vai ter dia que essa newsletter vai ter um texto só, mas como eu sou legal e falei de um dos meus reality shows preferidos no texto da ervilha, decidi deixar pra vocês uma seleção dos meus realities preferidos.
Eu fiz esse documento quando a empresa em que eu trabalho lançou uma campanha de apadrinhamento de colegas. A ideia era cada um FAZER seu próprio presente, mas a partir do momento que uma pessoa mandou o primeiro ifood todo mundo se descontrolou e gastou o VR.
De qualquer forma, eu já tinha feito o manual. O mocinho evidentemente preferia uma pizza, mas é aquela história, cada um dá o que pode oferecer. E naquele momento o de mais valioso que eu tinha era a minha curadoria.
Bom feriado e até a próxima news.